quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

OS GANHÕES
As raízes do cante alentejano perdem-se na História, como na história de Castro Verde se perde a origem de um cantar ligado à terra, cuja tradição “Os Ganhões” perpetuam. Hoje, como ontem, “Os Ganhões” mantêm a sua autenticidade. Herdeiros de uma tradição que é sua: a de um cante que já foi de trabalho, agora mais de lazer e de convívio, mas sobretudo, e sempre, de afirmação cultural.
Formados em 1972, Os Ganhões têm levado o seu cante polifónico a todo o país e a alguns festivais internacionais, onde evidenciam uma particular importância ao aspecto etnográfico e à recolha do cancioneiro popular, tendo no seu reportório algumas das mais genuínas modas do Baixo Alentejo, numa polifonia rica em tradição mediterrânica.
Como forma de divulgar e perpetuar a sua existência, o grupo gravou os LP “Castro Verde és Nossa Terra” (1975) e “Ganhões de Castro Verde” (1980). Neste mesmo ano ganha o 1º Prémio do Concurso de Coros Alentejanos realizado na Casa do Alentejo. Desde então, regista em CD os trabalhos “Modas Alentejanas”(1994), considerado pela crítica especializada o melhor disco de música étnica, “É Tão Grande o Alentejo”(1997),  “O Círculo que Leva a Lua” (2003) e a antologia “Terra” (2006).
Para além dos habituais encontros de corais e oficinas de cante, Os Ganhões de Castro Verde têm integrado projectos ligados a outras áreas artísticas e musicais, tais como a dança contemporânea, o jazz e a world music. Experiências e fusões que têm contribuído para afirmar o cante alentejano junto de públicos diferenciados. É disto exemplo as participações no Festival Internacional de Música Folk de Vancouver (Canadá), no Festival Internacional de Música de Krems (Aústria), nos álbuns “Primeiro Canto” de Dulce Pontes, no projecto “Olhares” da Companhia de Dança de Almada e na homenagem a José Saramago, no âmbito da Rede Cultural do Festival Sete Sóis Sete Luas.

Neste momento Os Ganhões de Castro Verde encontram-se a preparar um novo disco.