OS GANHÕES
As raízes do cante alentejano perdem-se na História, como na
história de Castro Verde se perde a origem de um cantar ligado à terra, cuja
tradição “Os Ganhões” perpetuam. Hoje, como ontem, “Os Ganhões” mantêm a sua
autenticidade. Herdeiros de uma tradição que é sua: a de um cante que já foi de
trabalho, agora mais de lazer e de convívio, mas sobretudo, e sempre, de
afirmação cultural.
Formados em 1972, Os Ganhões têm levado o seu cante
polifónico a todo o país e a alguns festivais internacionais, onde evidenciam
uma particular importância ao aspecto etnográfico e à recolha do cancioneiro
popular, tendo no seu reportório algumas das mais genuínas modas do Baixo
Alentejo, numa polifonia rica em tradição mediterrânica.
Como forma de divulgar e perpetuar a sua existência, o grupo
gravou os LP “Castro Verde és Nossa Terra” (1975) e “Ganhões de Castro Verde”
(1980). Neste mesmo ano ganha o 1º Prémio do Concurso de Coros Alentejanos
realizado na Casa do Alentejo. Desde então, regista em CD os trabalhos “Modas
Alentejanas”(1994), considerado pela crítica especializada o melhor disco de
música étnica, “É Tão Grande o Alentejo”(1997),
“O Círculo que Leva a Lua” (2003) e a antologia “Terra” (2006).
Para além dos habituais encontros de corais e oficinas de
cante, Os Ganhões de Castro Verde têm integrado projectos ligados a outras
áreas artísticas e musicais, tais como a dança contemporânea, o jazz e a world
music. Experiências e fusões que têm contribuído para afirmar o cante
alentejano junto de públicos diferenciados. É disto exemplo as participações no
Festival Internacional de Música Folk de Vancouver (Canadá), no Festival
Internacional de Música de Krems (Aústria), nos álbuns “Primeiro Canto” de
Dulce Pontes, no projecto “Olhares” da Companhia de Dança de Almada e na homenagem
a José Saramago, no âmbito da Rede Cultural do Festival Sete Sóis Sete Luas.
Neste momento Os Ganhões de Castro Verde encontram-se a
preparar um novo disco.